quarta-feira, 27 de julho de 2011

Eu fiz a minha parte

“Bom..., eu fiz a minha parte”.

Quem nunca disse essa frase no trabalho, em casa, ou numa roda de amigos? O que realmente é fazer a minha parte?

Fazer a nossa parte, por fazer, é não nos preocupar com a solução, é não ter compromisso com o resultado final de um processo, no qual, às vezes, esquecemos que fazemos parte. Então arranjamos uma desculpa para aliviar a nossa consciência sobre o que nos cabe fazer e pronto, apenas para justificar nossa parte mal feita e garantir que “fizemos alguma coisa”.

Quem só “faz a sua parte”, com certeza não está alinhado com a sua estrutura de valores, não chama a responsabilidade para si de forma madura, consciente e profissional. Mas exige que no final seja recompensado ou reconhecido por ter defendido o seu lado. Afinal “eu sou parte da equipe”.

Você pode até dizer “Não acho certo assumir a parte dos outros. Se eles não fizeram o que lhes tocam é problema deles, e não meu!”. Acontece que o problema é “nosso”, é de todos nós. Muitos são os que fazem a sua parte aos berros, querendo mostrar quem manda em casa, ou se valem da posição hierárquica que ocupam na organização para sentir-se importantes. No fundo são pessoas terrivelmente medrosas, acuadas e pressionadas pelos seus próprios fantasmas. Às vezes, para mostrar que são superiores, precisam fazer barulho como forma de compensar a falta de conteúdo, tal qual a carroça vazia. Por outro lado, quando algo é importante para nós, a gente faz caladinho, na miúda, sem reclamar, porque o egoísmo ultrapassa os limites da percepção distorcida de quem acha que não faz parte do mesmo Sistema.

Será que realmente estou fazendo a minha parte?

Quantas vezes contaminamos as pessoas com nossos desequilíbrios e sequer temos consciência disto! Há quem proceda de forma diferente da que nós gostaríamos, pois afinal, somos seres distintos vivendo com o que pensamos ser a nossa realidade. Quando nos deparamos com pessoas proativas e resolutas, isso nos incomoda, tira a nossa calma e nos dá a impressão de que algo em nós está em jogo, porque não queremos sair da zona de conforto. Então passamos a fazer somente a “nossa parte” como se todo o sistema fosse problema dos outros, o que é um baita de um erro, pois seja em casa ou no trabalho, estamos no mesmo barco. Se alguém está vendo um buraco no casco e acha que não é “da sua conta”, é burrice das grandes. Ou você acha que não afundar com ele?

Pense nisso!
Texto escrito por Getúlio J. Gomes

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