Principalmente
quando o assunto é trabalho espiritual,
as pessoas em geral acham que não se deve cobrar por esses trabalhos.
Preste
atenção: fazer um trabalho de graça, porque “eu quero”, não é necessariamente
desvalorizar o meu trabalho, pois no fundo estou fazendo isso por algum motivo
egoísta mesmo (investimento, reconhecimento, apresentação, fama, etc). Pior
do que fazer de graça é cobrar menos do que você vale.
Quando
você faz algo cobrando menos do que você vale, falta motivação. Motivação é
energia e, portanto, você está em sentido contrário com as Leis de Prosperidade
que segue um equilíbrio. Os orientais sabem disso. No oriente, quando se faz ou
dá algo de graça para alguém, em contrapartida esse alguém faz ou dá algo de
volta, mesmo que de maneira simbólica, para não ficar em débito. As ciganas
quando leem seus baralhos, pedem pelo menos uma moeda de qualquer valor, em
troca.
Essa é
uma questão que está no nível subconsciente de cada um, porque aprenderam
através da frase “dai de graça o que recebestes de graça”, sem levar em conta
que não há ninguém que não possa pagar ou retribuir, de alguma forma, pelo que
recebe.
Imagine
que em novembro você olha na vitrine de uma loja e vê um artigo por 300 reais,
mas não compra até chegar janeiro, quando o mesmo produto está em oferta por
100 reais, que está próximo do seu preço de custo. Então você pensa: “É claro
que por 100 reais eles ainda estão lucrando”, sem levar em conta as despesas de
manutenção da loja, pagamento da carga tributária, salários etc. Então você sai
da loja com uma péssima imagem, como se a loja estivesse fazendo um assalto à
mão armada, ou, no mínimo, pensando que estava lhe “passando a perna”.
Por
isso, às vezes é melhor considerar não cobrar de uma vez por todas do que dar
um grande desconto onde o profissional perde motivação, podendo, inclusive,
arranhar sua imagem com o cliente, que vai pensar sempre que foi ludibriado.
Então, trabalhar de graça é sim um favor cujo benefício deve estar bem
claro para o cliente, e que ele terá que ceder em algum ponto, para que haja
fluxo energético em ambas as partes.
Por
outro lado, vamos analisar melhor a consideração do parágrafo anterior: “melhor
considerar não cobrar de uma vez por todas do que dar um grande desconto...”.
O
Brasil tem uma cultura da “Lei do Gerson” (onde todos querem levar vantagem). A
cultura escravagista permanece até hoje de uma forma velada, só o nome evoluiu:
de escravo a empregado; de empregado a colaborador e, por fim, de colaborador a
consultor de alguma coisa. Pouco ou quase nada mudou em nossa cultura
financeira onde as pessoas, em nome de um salário, enfrentam de 4 a 6 horas a
lentidão de um sistema de transporte caótico, para trabalharem “livres” em jornadas
que chegam, em alguns casos, a quase 12 horas diárias, ganhando uma merreca
para trabalhar feito loucos; onde em qualquer esquina tem sempre alguém pedindo
algo, seja um favor, um serviço ou algum bem. Todos pedem e todos adoram
receber.
Vários
estudos, antes esotéricos, hoje metafísicos, perceberam que há uma aplicação
lógica no plano concreto das ideias, que você pode compreender, ou seja, as
Leis Universais não se adaptam a você, é você que deve se adaptar a elas. Por
este motivo, pedir favores sem dar nada em troca, é cessar uma Lei Universal de
equilíbrio, porque cessa o fluxo de energia. Por mais humilde que seja a pessoa,
ela tem sempre algo a fazer por alguém em retribuição de algo recebido, seja
através de uma palavra, de uma oração, de um sorriso. Metafisicamente, quando
se recebe um bem, está recebendo matéria que, antes, ocupava um lugar no espaço
que chamamos de Campo das Possibilidades Infinitas, o qual todos podem acessar.
Portanto, o “nada” não pode dar origem a nada e, isto, será tirado de quem não
retribui, seja hoje, amanhã ou em algum lugar no tempo.
Serviço
é, pois, energia, favor é energia, emprestar meu tempo a serviço da
Espiritualidade é energia e energia não surge do nada, portanto, deve ser
cobrado porque dinheiro também é energia. Quanto custa aprender? O maior
problema está em pessoas que vivem procurando um jeitinho de se dar bem, de
ganhar sem retribuir, agindo como sanguessugas obsessoras usurpando favores,
coisas e serviços, principalmente alguns amigos, parentes e clientes folgados
que aproveitam desta condição e pensam que somos obrigados a prestar-lhes
serviços profissionais, de graça. Basta estar em uma reunião social para que
alguém encoste dizendo: “Doutor, quando dói aqui, é o quê?”; “Eu tenho um amigo
que colocou a empresa na Justiça...”, e por aí vai.
Esse é
um comportamento apoiado na crença de que a amizade é mais importante do que a
atitude profissional, onde o despojamento esperado de nós é sinal de desapego.
Ledo engano! Apenas estão nos usando e aviltando nosso profissionalismo.
Então,
perca o amigo, o parente, o cliente, mas não sacrifique sua dignidade profissional
com essa maldição de FAZER DE GRAÇA o que a maioria pagou caro para ter o
direito de fazer.
Da
próxima vez que alguém precisar de ajuda e disser que seus serviços não devem
ser cobrados, sejam eles espirituais ou não, responda com calma e tranquilidade: “Me dá aí
uma ideia do que fazer para ajuda-lo que a gente executa o trabalho juntos”.
Getúlio
Gomes
Pós
Graduado em Gestão Financeira e Gestão Estratégica de Pessoas para Negócios,
Psicanalista, Trainer em PNL e Coach Sistêmicos, consultor, palestrante, autor
do livro “Sai desse corpo que não te pertence – Uma maneira divertida de
exorcizar a autossabotagem”. Email:
getulio.consultor@terra.com.br.
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